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As emoções são adaptativas porque preparam, predispõem e orientam comportamentos para experiências positivas ou negativas, até mesmo para comportamentos de sobrevivência e de reprodução. As emoções fornecem informações sobre a importância dos estímulos exteriores e interiores do organismo e também sobre as situações-problemas onde os indivíduos se encontram envolvidos num determinado contexto.
Também fornecem dados fundamentais para imaginar e engendrar ações e para satisfazer os seus objetivos. As emoções são uma fonte essencial da aprendizagem, na medida em que as pessoas (crianças, adolescentes, adultos e idosos) procuram atividades e ocupações que fazem com que elas se sintam bem e tendem, pelo contrário, a evitar atividades ou situações em que se sintam mal.
As emoções tomariam conta das funções cognitivas e os seres humanos só saberiam agir de forma impulsiva, excitável, eufórica, episódica e desplanificada. Eis a razão porque o cérebro humano integra inúmeros e complexos processos neuronais de produção e de regulação das respostas emocionais.
Elas guiam e suportam as funções atenciosas e estas guiam as funções cognitivas de processamento perceptivo simbólico e lógico, assim como as funções executivas de resolução de problemas. As emoções capturam a atenção e ajudam a memória, tornando-as mais relevantes e claras, a sua ativação ou excitação somática desencadeia vínculos que fortalecem as funções cognitivas, ao contrário do que se pensava no passado.
As emoções afetam todas as aprendizagens, quanto mais envolvidas forem com elas, mais mobilizadas são as funções cognitivas da atenção, da percepção e da memória, e mais bem geridas e fortes serão as funções executivas de planificação, priorização, monitorização e verificação das respostas.
As neurociências ensinam-nos que as emoções desempenham um papel formativo na cognição e na aprendizagem, é consensual que o funcionamento do cérebro na aprendizagem coloca a emoção incrustada na cognição. Só em pacientes cerebrais as duas funções podem ser separadas (célebre caso de Phineas Gage e outros casos com alexitimia estudados por Damásio).
Os ensinamentos das neurociências, ao aproximar as emoções do processo ensino-aprendizagem, dão-nos inúmeras ajudas para pôr em prática estratégias e experiências de interação emocionalmente significativas que melhoram, não só o ensino, como a aprendizagem nas escolas.
Cristiane Nery
ABP 362
Fonte: instagram @nery.psicomotricista