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Dicas para ensinar habilidades sociais para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
As emoções primárias são inatas e estão ligadas à vida instintiva e à sobrevivência, são aquelas que facilmente as pessoas percebem. Elas são medo, tristeza, alegria, raiva e nojo. Já se lembrou do filme Divertidamente? Isso mesmo. A animação apresenta as emoções de uma maneira leve e divertida. Se você ainda não assistiu com o pequeno, corre!
Para ajudar, falaremos mais sobre esses sentimentos, acompanhe:
Medo
Ter medo é uma reação normal, e o sentimento na medida certa tem um papel importante em nossas vidas. Ele nos protege de possíveis riscos e ameaças, mas assim como tudo, deve ser muito bem dosado.
O medo também é um mecanismo de proteção que nos mantém vivos. Sem essa emoção, nos colocaríamos em situações perigosas sem pensar duas vezes sobre os possíveis riscos. Ele evita que isso aconteça, pois é uma reação involuntária e natural.
As crianças vão sentir medo de muitas coisas, sendo os mais comuns:
1 – 2 anos: se afastar dos pais, barulhos altos, estranhos;
3 – 4 anos: escuro, monstros, pessoas fantasiadas, ficar sozinho;
5 anos: de se perder, animais, insetos, se machucar;
6 – 7 anos: algo ruim acontecer com os pais, dormir sozinho, tempestades;
8 – 11 anos: desempenho escolar, rejeição social;
12 -13 anos: aparência física, futuro.
É essencial o cuidado para acolher o pequeno, oferecendo carinho e diálogo. Além de estar sempre em alerta, pois sentir medo é sim comum e muitas vezes não tem um significado maior, mas é importante ficar atento caso a criança esteja demonstrando um medo em excesso e atrapalhando sua rotina, aí é importante procurar ajuda de um profissional.
Nojo
Você sabe o que exatamente é o nojo? Segundo o dicionário a palavra dentre vários significados repulsa por algo desagradável.
A emoção gera a repulsa ou necessidade de rejeitar algo, criando uma sensação de desagrado nítida. Ele nos protege! Um exemplo clássico são as crianças que fazem cara feia para verduras e legumes, essa reação trata-se de uma resposta de repulsa diante da chance (real ou imaginária) de ingerir algo nocivo.
Como efeito fisiológico mais comum podemos citar as náuseas e o mal-estar gastrointestinal. A principal função do nojo é evitar qualquer tipo de estímulo que possa provocar uma intoxicação. Além da questão da ingestão, o sentimento também está associado a um caráter mais social, como por exemplo, por meio da rejeição de estímulos sociais, situações ou pessoas tóxicas.
Por isso essa emoção é de extrema importância para a nossa sobrevivência e também para construção da personalidade da criança, auxiliando seu pequeno na construção dessa emoção.
Tristeza
A tristeza é um estado de desânimo, cansaço e solidão e por mais que muita gente queira fugir dela, é preciso entender que se trata de uma emoção completamente normal e saudável. Em vários momentos da vida vivenciamos a tristeza, mas é importante ficar atento, pois se essa emoção se prolongar por muito tempo, significa que o quadro pode estar se agravando para uma depressão.
Existe “intensidade” de tristeza que vai desde desapontamento até a angústia que é o nível mais intenso que o ser humano atinge. Pode ser desencadeada por diversos acontecimentos, como uma desilusão amorosa, problemas financeiros, traumas, luto, descontentamento profissional/pessoal ou algum outro tipo de conflito interior.
Com os pequenos não é diferente, as vezes os adultos recriminam o sentimento de tristeza nas crianças por achar que elas devem ser um “símbolo de alegria” e estar sempre pulando e brincando com um sorriso no rosto, mas esquecem que são seres humaninhos que também se decepcionam, mesmo que para o adulto o motivo seja “ridículo”. O segredo é acolher e não reprimir os sentimentos.
Assim como todas as emoções, devem criar um ambiente harmônico e amoroso onde a criança se sinta bem para expressá-las.
Raiva
Assim como qualquer outra emoção, a raiva de forma excessiva e constante é prejudicial para a nossa vida, mas você sabia que essa emoção pode funcionar como proteção?
A raiva é gerada através de um sentimento de injustiça para que possamos agir em prol do que acreditamos. Sendo assim, uma raiva controlada pode ser de grande valia para ajudar nosso pequeno a entender o que está errado em sua vida e buscar motivação para possíveis soluções. Além disso, a liberação da emoção ajuda a descarregar uma carga de tensão acumulada.
Todavia, é importante ficar ligado na raiva descontrolada. Isso porque esse sentimento pode interferir diretamente nas pessoas ao nosso redor. O trânsito caótico, reuniões, filas e outros tipos de frustrações podem gerar uma enorme raiva interna.
E com as crianças, como funciona? Expressar as emoções na infância é de extrema importância e sempre ouvimos expressões como “engole o choro” ou “pare de fazer drama”. A grande questão é que assim como você sente raiva, as crianças também sentem, e pior, eles ainda não sabem lidar com ela. É importante criar um ambiente seguro e ajudá-lo a entender.
Alegria
Segundo o dicionário, a alegria é um estado de viva satisfação, de vivo contentamento, regozijo, júbilo e prazer.
A emoção mais positiva é a alegria, ela está totalmente ligada ao prazer e a felicidade!
Ensine ao seu filho o que ele pode expressar esse sentimento através de um sorriso, de um gesto ou até mesmo em palavras.
Mariana Rolim
CRP 06/116577
Fonte: instagram @psicologamarirolim
Seja um bom modelo
Um dos fundamentos do ensino de habilidades sociais para o autismo é modelar o que é a socialização apropriada e explicar o que você está fazendo e o porquê.
Encenação
Você pode criar situações fictícias para representar juntos, ou pode reconstituir cenas que já aconteceram e discutir maneiras mais adequadas de lidar com essas interações no futuro.
Explique situações e eventos do cotidiano
Assim as crianças ensaiam algum acontecimento e ficam mais preparadas se de fato acontecer.
Lista de regras sociais
Ensine as nuances da socialização, como a importância de dizer “olá” e “tchau”, se revezar enquanto fala e respeitar o espaço pessoal.
Grupos sociais
Algumas cidades oferecem grupos sociais para crianças com autismo, que têm como objetivo unir os pequenos com habilidades semelhantes em um esforço, fornecendo oportunidades para que elas pratiquem habilidades sociais importantes, como iniciar conversas e se revezar para falar.
Encontros supervisionados
Considere oferecer jogos com alguns dos colegas de escola em sua casa e encontre maneiras de se envolver para ensinar a criança como interagir de forma adequada.
Mariana Rolim
CRP 06/116577
Fonte: instagram @psicologamarirolim