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out

O que faz um abraço?


Em meio a pandemia, fomos forçados a nos inclinar ao novo, ao imprevisível. Difícil não se envolver nesta onda de ansiedade e estresse. Cada pessoa, em seu recolhimento, tem seus desafios particulares, mas há um sentimento frequente, uma percepção comum a todos: a carência pelo contato físico. Não se tem mais o aperto de mão, uma despedida calorosa, nem é possível um abraço em um momento difícil.

O abraço nos conecta, através de emoções e sensações, sinaliza a disponibilidade ao outro para ofertar proteção, segurança, apoio, tranquilidade ou simplesmente para demonstrar o que sente. O poder do abraço é inigualável! Tem o abraço de amizade, de saudade, de carinho. O significado pode variar de cultura para cultura, mas a verdade é que qualquer

tipo é bom e faz bem, traz alívio para sentimentos de medo e insegurança, recarrega as baterias emocionais.

Os benefícios não param por aí. Pesquisas recentes da Neurociência comprovam que o abraço reduz a ansiedade, a pressão arterial e os níveis dos hormônios cortisol e norepinefrina (hormônios do estresse), em consequência, promove a liberação de endorfinas (substâncias que promovem o bem-estar), ocitocina (hormônio do vínculo e da felicidade) e dopamina (responsável pela sensação de prazer), com alto poder terapêutico, melhora a saúde e impulsiona o sistema imunológico.

No atual cenário, o distanciamento social, tem provocado efeitos físicos e psicológicos de diferentes alcances, temos que ser criativos e expressar afeto de outras formas, este é o nosso grande desafio para manutenção da saúde emocional e o bem-estar. Estamos separados um dos outros, mas redescobrindo o poder das palavras e da conexão. (Alain de Botton)

E quando tudo isso passar, vamos nos encontrar no melhor lugar do mundo: dentro de um abraço.

Keyla Vallim | Psicóloga Clínica – CRP 06/148347